Olho os gatos da minha rua Eles sabem de magia noturna E acompanham a lua feiticeira Que, desde o alto Vê todas as distâncias Ela é espelho de cada palmo da terra Ela nos une em seu reflexo Olhos os gatos do Parque Lezama Eles também te conhecem Talvez alguma vez viram de perto A crueldade e a estupidez De que as vidas se leiloem A cinquenta por dúzia Talvez não tenham sete vidas Mas uma que valorizam por sete Que cuidam como se fossem sete E vivem como sete Olham para a lua feiticeira E lhe perguntam Se essas pessoas que veem desde as árvores E desde as sacadas Se essas pessoas sabem que vivem Se foram advertidas Ou se simplesmente Não querem viver E esse espelho do mais oculto do ser A sábia lua feiticeira O sabe Mas não faz sentido dizê-lo Os gatos de Buenos Aires e o do mundo o adivinham Descobrem teus cálidos olhos Feitos para amar o crepúsculo De mais de setecentos h
Em um campo semeado de crepúsculo deixei uma idílica juventude. Cresci à força de desencontro e preferi escolher minha própria tragédia. E a tragédia não estava em cenas de filmes românticos; a aventura não era um doce passeio, parecia-se mais ao amargo chimarrão. O frio da vida solitária gelou-me até os ossos. E a pesar de todos os sonhos, eu estava infalivelmente só. GA 17/11/2016
Não se afaste, morena, indo para o mar onde o sal da vida apaga a doçura do amor. Talvez seja o meu temor de que as rosas mostrem sua semente salgada, ou seja só o fantasma do desencanto de não encontrar doce sabor nas pétalas. Mas, mesmo assim, não se afaste; deixe as ondas banharem seus pés sedentos de caminhos, e deixe que eu deite na areia e contemple suas costas de canela. E, quando tiver certeza de que você não é uma nuvem perfumada de espuma do mar, meus dedos, como peixes, procurarão as ondas do seu cabelo, e, se você me olhar, eu prometo que não atuarei nem farei nada para impressioná-la. Já não quererei sua impressão, mas a luz que não brota no sal das pedras. Não dançarei para você, porque quero que você dance comigo, e que suas mãos montem nas minhas como cavalos de mar. E já não pedirei que não se afaste, morena, mas que chegue perto para saborear suas pétalas, mesmo amargas ou salgadas, que eu beberei e
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